25/11/2018
Por Luchadoras, Social TIC e APC
Acesso ou controle não autorizado
Ataques ou restrição de acesso a contas ou dispositivos de uma pessoaMonitoramento e stalking
Vigilância constante da vida online de uma pessoaAmeaças
Conteúdos violentos, lascivos ou agressivos que manifestam uma intenção de dano a alguém, a seus entes queridos ou bensDifamação
Desqualificação da trajetória, credibilidade ou imagem pública de uma pessoa através da exposição de informação falsa, manipulada ou fora de contextoOmissões po parte de atores com poder regulatório
Falta de interesse, reconhecimento, ação ou menosprezo por parte de autoridades, intermediários da internet, instituições ou comunidades que podem regural, solucionar ou sancionar violência onlineControle e manipualção da informação
Roubo, obtenção, perda de controle ou modificação de informação de forma não consentidaExpressões discriminatórias
Discurso contra mulheres e pessoas não binárias que reflete padrões culturais machistas baseados em papéis tradicionais de gêneroDifusão de informação pessoal ou íntima
Compartilhar ou publicar sem consentimento algum tipo de informação, dados ou informação privada que afete uma pessoaAbuso sexual relacionado com a tecnologia
Exercício de poder sobre uma pessoa a partir da exploração sexual de sua imagem e/ou corpo contra sua vontade, pode implicar a obtenção de um benefício lucrativou ou de outro tipoSuplantação ou roubo de identidade
Uso ou falsificação da identidade de uma pessoa sem seu consentimentoAssédio
Condutas de caráter reiterado e não solicitado que acabam sendo incômodas, perturbadoras ou intimidantesExtorsão
Obrigar um pessoa a seguir a vontade ou petições de um terceiro por possuir algo de valor para ela, como no caso de informação pessoalAtaques a canais de expressão
Táticas ou ações deliberadas para tirar ou deixar fora de circulação canais de comunicação ou expressão de uma pessoa ou grupo
Depois de dois anos seguindo e acompanhando mulheres que vivem o que chamamos de violência online, violência cibernática ou violência digital, Luchadoras, Social TIC organizações sociais sediadas no México, e a Asociación por el Progreso de las Comunicaçciones, elaboraram a seguinte tipologia que dá conta de 13 formas distintas de agressão contra as mulheres através das tecnologias.
Quatro considerações básicas
1. O que entendemos por “violência online” são na realidade práticas muito diversas que através da vigilancia, do controle ou da manipulação da tua informação ou de teus canais de comunicação tem como objetivo causar dano.
2. Não está desconectada da violencia machista que vivemos nas ruas, nas casas, nas camas; quer dizer não existe uma separação online/offline e é tão real como qualquer outra forma de violencia. É um mesmo velho sistema que usa novas plataformas.
3. Em um mesmo caso de violencia online podem se manifestar uma série de agressões distintas. Nessa tipologia decidimos nomear todas elas.
4. Por si mesmas, nenhuma agressão é mais grave que outras e tampoucou são necesssariamente uma escala que vai de menor a maior, mesmo que em alguns casos sim elas podem ser interdependentes ou uma engendrar a outra.
Por exemplo: Alguém rouba teu celular. Encontra fotos intimas em teus arquivos. Te escrevem uma mensagem pedindo dinheiro em troca de não publicá-las. Não cedes. Esse alguém decide colocá-las online e te marca. As pessoas começam a te insultar e a te dizer que estavas pedindo. Denuncias e nao recebes uma boa resposta de parte das plataformas nem das autoridades.
O que foi que aconteceu?
– Alguém rouba teu celular -> Acesso nao autorizado
– Encontra fotos intímas nos teus arquivos -> Controle da informação
– Te escrevem uma mensagem pedindo dinheiro em troca de não publicá-las -> Extorsão
– Não cedes. Esse alguém decide colocá-las online e te marca. -> Difusão de informação intima sem consentimento.
– As pessoas começam a te insultar e a te dizer que estavas pedindo. -> Expressões discriminatórias.
– Denuncias e nao recebes uma boa resposta de parte das plataformas nem das autoridades. -> Omissão por parte de atores com poder regulatório.
Para a elaboração dessa tipologia, foram revisados os tipos de ataques online contra as mulheres enunciados por organizações como Asociación para el Progreso de las Comunicaciones, Article 19, Cimac, Digital Rights Foundation, Women’s Media Center, e Women Action Media, assim como de processos como Coming Back to Tech de Tactical Tech Collective.